Resumo:
O presente artigo tem por objetivo analisar a representação da figura materna na literatura regionalista. Mais especificamente, interessa-nos estudar um tipo específico de mãe: aquela que Motta (2015) chama de madona abandonada, isto é, mulheres que não puderam vivenciar a experiência da maternidade porque, apesar de terem dado à luz, tiveram, por razões várias, de abandonar o filho ou entregá-lo para adoção. O abandono ou a entrega para adoção são ações vistas, em nossa cultura, a partir de uma perspectiva negativa e condenatória. Isso faz com que a mãe que o praticou seja abandonada à própria sorte, à solidão e à culpa por não ter podido cumprir com o papel de mãe consolidado como legítimo socialmente, isto é, mulheres que, em meio a circunstâncias tão adversas, são levadas a entregarem seus filhos para outra pessoa. Para tanto, tomamos como corpus o romance O Quinze (1937), da escritora cearense Rachel de Queiroz (1910-2003), e analisamos as personagens Cordulina e Conceição à luz dos pensamento de Araújo (2009), Del Priore (1980), Badinter (1980) e Motta (2015), por estudar o sofrimento causado na mãe que é levada a separar-se dos filhos.
Descrição:
NEVES, J. M. Madona abandonada: maternidade e adoção em O Quinze, de Rachel de Queiroz. 2019. 23f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras Português) - Universidade Estadual da Paraíba, Monteiro, 2019. [Artigo].