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Este trabalho tem como objetivo analisar de que maneira a figura materna está representada na literatura de cordel. Em razão de o cordel ser uma manifestação cultural que reflete, muitas vezes, os valores da cultura que o trouxe à luz, ele versa sobre vários temas e até mesmo acontecimentos cotidianos a partir de certos pontos de vista ideológicos que podem corroborar ou não os valores culturais hegemônicos. Considerando-se o exposto, o presente trabalho é um estudo acerca das imagens e discursos sobre a figura materna na literatura de cordel. O corpus de análise é constituído por sete cordéis: História da mulher defensora: um exemplo de amor maternal, de Alayde Lima (1941); Mabel ou lágrimas de Mãe, de João Martins de Athaide (1956); O rapaz que bateu na mãe e virou bicho em Feira de Santana, de Rodolfo Coelho Cavalcante (1967); Honra o teu pai e a tua mãe, de Rodolfo Coelho Cavalcante (1970); Quando minha Mãe morreu, de Cícero Vieira da Silva (1985); Os abortos provocados, de Jota Rodrigues (1997); Martírios de uma mãe ou dores de Marina, de Arievaldo Viana Lima (2002). Selecionamos um folheto para cada década encontrada, entre os anos de 1940 a 2000. No tocante à escolha dos exemplares, levamos em consideração no momento da leitura o que possibilitava uma análise de nosso objeto de estudo, qual seja, a figura materna, isto é, os cordéis selecionados versam sobre mães ou tematizam a maternidade. Por isso, foram selecionados. Analisamos o discurso acerca da figura materna com objetivo de verificarmos se há permanência ou alterações nos discursos e nas imagens como a figura da mulher- mãe é representada nas narrativas de cordel que compõem o nosso corpus de análise. Para embasar a nossa análise, recorremos aos estudos de Badinter (1985) que questiona os sentimentos que são atrelados à maternidade no nosso imaginário social, Stevens (2007), que problematiza a identificação biológica ligada à figura feminina, em que a maternidade é o destino de toda mulher, Del Priore (1995), que reflete sobre os estereótipos das santas-mãezinhas. |
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