Resumo:
Nosso objetivo visa cartografar as práticas culturais dos ciganos que se
estabeleceram na Paraíba, tomando como recorte espacial a cidade de Campina
Grande, na década de 1980, enquanto palco das querelas entre famílias ciganas,
investigando as relações de sociabilidade e/ou de conflitos entre os próprios ciganos
e também com os não-ciganos. A proposta é refletir sobre como a imprensa local
delineia imagens preconceituosas para os ciganos que tiveram suas vidas marcadas
pela violência nessa cidade, ao elaborarem um discurso que articula os crimes
praticados pelos ciganos no seio de seu grupo e o contexto de violência marcante no
Estado. Busca ainda perceber: como os ciganos foram descritos em suas redes e
códigos de sociabilidade, tanto no que se refere às relações entre os próprios
ciganos, como entre os não ciganos; como foram vistos em suas múltiplas relações
de conflitos por terra, relações de trapaças, mas também de amizades, de
confiabilidade, nas festanças, nas relações amorosas e familiares. Portanto, na
tentativa de suprir uma lacuna relativa à história local, este trabalho constitui-se num
exercício histórico que visa problematizar os lugares de produção dos discursos
acerca da cultura cigana, reconstruindo e documentando a história dos ciganos no
Estado, mas também se articulando às pesquisas acadêmicas sobre o tema no
âmbito nacional.
Descrição:
Batista, G. T. As práticas culturais dos ciganos na Paraíba: Uma trajetória da "guerra dos ciganos" em
Campina Grande, entre violências, (an)danças e magias
(1980 a 1990). 2011. 86f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2011.