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Conforme aponta Sigmund Freud, as pulsões consistiam em um movimento
psíquico, pois seriam decorrentes de um quantum de energia que impelia o
psiquismo à ação. Sabe-se que uma das temáticas da metapsicologia mais
essenciais à obra freudiana é a teoria pulsional, esta que se desenvolveu para abrir
caminhos aos estudos, alargando novas compreensões e concepções acerca do
princípio pulsional. Então, nosso interesse, neste estudo, é compreender a partir da
concepção freudiana de princípio do prazer e princípio da realidade, a modelagem
da identidade do personagem do romance O Oitavo Selo: quase romance, e suas
implicações no enredo. Sendo assim, o presente artigo tem como objetivo discutir e
analisar a representação ficcional da narrativa que se configura na contradição entre
vida e morte. Em outras palavras, seria verificar se o enredo possui elementos
estruturais que apontem para uma visão cíclica ou fragmentada, observando se o
conflito dramático em cada capítulo do romance realmente é instaurado pela
imagem da ameaça de morte e como as demais ações se deslocam em função
desta imagem. Assim, partindo da ideia norteadora de pulsão de vida e de morte,
nos interessa saber se existe nesta relação outras possibilidades de abordagem
psicanalítica do texto. Apresentamos na primeira parte do trabalho as primeiras
noções de Freud sobre a teoria das pulsões. Na segunda, fundamentamos este
processo com algumas considerações sobre Literatura e Psicanálise, como parte
relevante a ser estudado. E por fim, estabelecemos uma abordagem psicanalítica de
análise do romance, imerso na teoria do princípio do prazer, trabalhando com as
pulsões de vida e de morte no corpo do texto literário, de modo a perceber que o
aparecer destas tem importância na construção estrutural da narrativa. Trata-se de
uma pesquisa bibliográfica, analítica-interpretativa, tendo como teóricos principais:
Freud (1920), Ferreira Netto (2017), Eagleton (2003), Chaves (2017), Birman (2018),
Azevedo, Mello Neto (2015). |
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