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A ideia deste trabalho surgiu a partir de uma aula, no início do curso de Psicologia da Universidade Estadual da Paraíba, em que o professor apresentou uma canção do cantor Chico Buarque de Holanda para ilustrar o inconsciente Freudiano. Assim, considerando a relação que há entre a poesia deste autor e a Psicanálise, especialmente no que diz respeito à feminilidade, estabelecemos como objetivo geral desta pesquisa refletir e discutir acerca da relação entre o feminino estudado por Sigmund Freud e o eu - lírico feminino encontrado nas canções de Chico Buarque. Para tanto, desenvolvemos uma pesquisa de cunho bibliográfico estudando a teoria Freudiana e Lacaniana em relação aos estudos da psicanálise, além de realizarmos uma análise de músicas de Chico Buarque que estão relacionadas a tal teoria. Além disso, embasamos nossa pesquisa em autores que já publicaram trabalhos sobre este tema, tais como Abreu e Cavalcanti (2018), Lima (2017) e Samico (2012), dentre outros. Outrossim, tivemos como objeto de estudo a devastação amorosa nos sujeitos orientados no campo do feminino e como articulador dessa questão nos servimos das canções de Chico Buarque que tocam de modo artístico, poético e belo, o sentimento de devasta ção da alma feminina. Nesse contexto, os resultados mostram que a devastação pode incluir o campo da reivindicação, mas não apenas isso. A devastação é da ordem do Real. Dizer isso incide sobre a insistência de amor, que não cessa de não se escrever, reinserindo a mulher a cada repetição a experiência da não relação sexual. Assim, no decorrer da análise da teoria freudiana e lacaniana acerca da sexualidade feminina e feminilidade observou-se que a relação devastadora que a menina pode vir a ter na relação com sua mãe poderá repetir em seus relacionamentos amorosos da vida adulta. Concluímos, portanto, que a devastação entrelaçada à poética de Chico Buarque mostrou-se um caminho adequado para o percurso traçado neste trabalho, permitindo-nos fazer uso da palavra cantada por ele e levando-nos mais além, onde a teoria por si só não dá conta de discorrer. |
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