Resumo:
As geo-helmintíases constituem um grupo de infecções parasitárias vinculadas às condições ambientais. Dentre estas parasitoses destacam-se as zoonoses larva migrans cutânea e larva migrans visceral, causadas a partir da infecção acidental do homem por parasitas específicos de animais, tais como espécies do gênero Toxocara e Ancylostoma. Áreas ao ar livre que tenham em comum a presença humana e de animais, especialmente cães e gatos, podem constituir importantes fontes de contaminação para seus frequentadores. O objetivo principal deste trabalho foi identificar formas parasitárias no solo em torno do câmpus I da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande. Este é um estudo transversal e experimental, com coletas de amostras no campo e realização de análises laboratoriais, realizado entre agosto de 2018 e maio de 2019. Foram selecionados 20 pontos de coleta em torno dos prédios do Câmpus I da UEPB, por meio de técnicas de geoprocessamento. Os locais escolhidos tinham terra exposta, com a presença de substrato adequado e suficiente para as coletas e análises. De cada ponto foram coletadas cinco amostras de solo, em diferentes ocasiões, totalizando 100 amostras, que foram analisadas pelos métodos de Rugai, Matos e Brisola, método direto e Método de Willis. Apenas as amostras coletadas nos pontos 13 e 14 (jardins internos) foram negativas. Nestes dois locais há restrições à presença de animais domésticos, tais como cães e gatos. Todos os outros 18 locais estudados (90,0%) foram positivos para larvas de helmintos; isso indica a presença de seus hospedeiros definitivos, que são especialmente cães e gatos; durante as coletas foi observada a presença frequente destes animais. As larvas de nematódeos parasitas encontrados nas análises apresentam um potencial zoonótico importante, podendo ser transmitidos para o homem através do contato direto com o solo das áreas estudadas. Deste modo, identificar e selecionar métodos específicos para verificar a contaminação do solo é fundamental para assegurar que a população esteja protegida de contaminação parasitária ambiental. Este aspecto é mais relevante quando se trata de zoonoses parasitárias, pois neste caso é virtualmente impossível se eliminar a possibilidade de contaminação, já que os animais podem contaminar repetidamente o meio ambiente. O que se recomenda nestes casos é manter uma vigilância sanitária constante, inclusive com a avaliação periódica das condições ambientais, particularmente da higidez do solo, já que o câmpus da UEPB abriga não apenas estudantes e funcionários públicos, mas também serviços de saúde oferecidos a toda a população da Paraíba.
Descrição:
SILVA, G. G. D. da. Contaminação ambiental por formas parasitárias de helmintos e protozoários no solo do câmpus I da Universidade Estadual da Paraíba. 2020. 36f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2020.