As identidades políticas campinenses forjadas no seio dos espaços culturais: uma avaliação historiográfica acerca do envolvimento da política no fomento da cultura local

Abstract

O presente artigo tem por objetivo fazer uma revisão historiográfica no tocante às discussões das identidades políticas campinenses e seu processo de sua invenção ou reinvenção a partir da apropriação, ou sua tentativa, de certos espaços culturais que serão tratados neste trabalho. Inicialmente, dialogaremos com os estudos feitos por Stuart Hall em A identidade cultural na Pós-Modernidade com a finalidade de entender a chamada crise de sujeito e a formação das identidades, com isso buscamos perceber como se deu o processo de construção dessas identidades políticas locais. Nosso enfoque será a partir do processo da já mencionada “apropriação” de espaços específicos que transitam entre o formal, institucional e o informal, periférico. Deste modo, buscaremos na produção historiográfica local entender esse processo de reafirmação ou construção desses representantes políticos locais a partir da sua intencionalidade em se fazer notável, minimamente, nos espaços que trataremos neste trabalho. Tomamos aqui por base as discussões suscitadas por Santos em sua dissertação Enredando Campina Grande nas teias da cultura (1965-2002), assim como a tese do professor Aires, Cenas de um espetáculo político: poder, memória e comemorações na Paraíba (1935-1945), que trabalhou com um contexto anterior ao que se propõe discutir neste artigo, mas que contribui muito para entendemos as propostas da nova história política, bem como o processo de teatralização da política, por fim, buscaremos na obra Fábrica dos sonhos: a invenção da festa junina no espaço urbano, de Lima, perceber o triunfo da família política Cunha Lima e colaborar com o aspecto dos usos desses espaços culturais pelos políticos, e em consequência disso, verificar a possibilidade desse mesmo uso em espaços “não institucionalizados”.