Resumo:
O aumento da expectativa de vida no Brasil traz desafios cada vez maiores aos serviços e aos profissionais de
saúde, pois à medida que se envelhece patologias crônicas, como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e a
Diabetes Mellitus (DM) tornam os idosos dependentes de tratamento medicamentoso prolongado e contínuo.
Assim objetivou-se elencar os medicamentos prevalentes na prática da automedicação, averiguar as morbidades
e os medicamentos utilizados para seu tratamento, verificar as possíveis reações adversas dos medicamentos
prescritos com os usados na automedicação e conhecer o perfil sociodemográfico dos idosos. Trata-se de uma
pesquisa-ação com abordagem quantitativa realizada na Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) Bonald
Filho, localizada no município de Campina Grande-PB. Foram tomados como sujeitos da pesquisa idosos com
60 anos ou mais cadastrados previamente no programa de prevenção da Hipertensão Arterial Sistêmica e da
Diabetes Mellitus - Hiperdia, totalizando 100 idosos. Os dados dos formulários foram agrupados e consolidados
fazendo utilização de recursos de estatística simples no InfoPath. Dos entrevistados 40,30% encontravam-se na
faixa etária acima de 70 anos, 74,40% do gênero masculino e 28% eram não alfabetizados. Ainda foi revelado
que 78% dos pesquisados residiam com a família, enquanto 17,10% moravam sozinhos, fato esse que os tornam
mais vulneráveis a autoadministração errada da terapia medicamentosa. Evidenciou-se que 78,20% da amostra é
portadora de HAS e 16,80% de DM. Outro dado preocupante foi que 81,70% dos idosos realizam a
automedicação. Entre os fármacos utilizados sem receita médica houve predomínio dos analgésicos (58,50%),
seguida dos anti-inflamatórios (9,80%), antipiréticos (2,40%). Entre os motivos mais frequentes apresentados, e
que levavam os indivíduos a tomar medicamentos por conta própria, a dor tem o maior índice (50,70%), seguida
de tontura (7,30%). Acerca das reações adversas desencadeadas pela prática da automedicação foram reveladas:
variação da pressão arterial (15,50%), reações anafiláticas (10,10%), dor no estômago (8,20%) e descontrole da
diabetes (6,20%). Dessa forma, ressalta-se a importância de realizar um acompanhamento contínuo no território
de abrangência da UBSF, buscando elucidar as principais dificuldades encontradas pelos idosos para a realização
do autocuidado, principalmente no tocante ao tratamento medicamentoso de uso contínuo, bem como esclarecer
os riscos para a saúde que a prática da automedicação pode desencadear.
Descrição:
FERNANDES, I. D.
Prevalência da automedicação em idosos hipertensos e
diabéticos cadastrados em uma unidade básica de saúde
da família de Campina Grande-PB. 2013. 46f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2013.