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A filósofa francesa Simone Weil sempre teve a inegável capacidade de nos despertar a
reflexão com as narrativas de suas experiências combinadas a sua forma única de pensar. Na
obra O Enraizamento não é diferente. Neste livro, nos leva a questionar a importância do
fenômeno humano que ela chama de enraizamento, bem como a relação dele com outros
fenômenos intrinsecamente humanos como as coletividades. Sendo assim, o objetivo desse
trabalho é explicar a concepção de enraizamento cunhada por Simone Weil nos seus últimos
anos de vida onde se encontrava imersa num contexto de guerra. Para realização dessa tarefa
empregamos duas metodologias distintas e complementares. Num primeiro momento, nos
ocupamos de um estudo minucioso da obra da filósofa francesa intitulada O Enraizamento, sem
deixar de lado o contexto de desenraizamento e destruição em que foi escrito. No momento
seguinte, nos detemos na leitura e no diálogo entre textos da própria filósofa, escritos em
momentos diferentes da sua vida, sem deixar de levar em consideração comentários feitos por
estudiosos da sua filosofia. Nossa pesquisa nos revela que o enraizamento é essencial para a
existência do ser humano e, como tal, engloba uma série de concepções – tais como o
desenraizamento, as necessidades vitais e o trabalho – que, como tudo na filosofia weiliana,
não se mantém apenas no âmbito teórico, mas sim representa algo da realidade e das
experiências comuns do ser humano. Descobrimos que o enraizamento não é de fácil explicação
pois depende de uma série de “circunstâncias ideais” que acontecem em áreas diferentes da
existência humana e, por isso, torna-se um conceito – e um estado – complexo de elucidar. |
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