Resumo:
O modelo socioeconômico vigente, que preconiza o lucro como fim último de seu
sistema, fez da produção agrícola um lugar complexo de grandes negócios, onde o
grupo de agricultores rurais familiares, de subsistência, se tornam ainda mais
vulneráveis e até dependentes. Inserem-se também nesta realidade os assentamentos
rurais que representam, inclusive, resistência as grandes concentrações de terra e renda
do agronegócio. A partir de uma experiência de moradores do Assentamento Jacu, no
munícipio de Pombal, Paraíba, que produz sem agrotóxicos e matem alguns arranjos
produtivos, como a manutenção de suas sementes, o presente artigo se apresenta, com o
objetivo de analisar como esta experiência diversificada de produção agrícola se
sustenta e se aproxima da noção de Bem Viver, enquanto modelo alternativo ao sistema
econômico capitalista. Para tal feito, foi realizada uma pesquisa qualitativa, com uso de
entrevistas e história de vida com moradores do assentamento rural, sendo cada relato
analisado e discutido a partir da fundamentação teórica proposta. Os resultados apontam
uma forte conexão dos significados e sentidos do Bem Viver e as práticas produtivas,
valores e escolhas dos assentados de Jacu. Porém, percebe-se que mesmo com essa
alternativa de comportamento perante um mundo de consumo e lucro, ainda os efeitos
são limitados na transformação dos sistemas produtivos dos assentamentos,
especialmente pelo hiato de políticas públicas, importante entrave que ainda terá que ser
superado.
Descrição:
ALCANTARA, J. O. Bem viver e produção agrícola: uma experiência no assentamento Jacu, Pombal-PB. 2020. 25 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração). Universidade Estadual da Paraíba, Patos, 2020.