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Desde a modernidade, com o divórcio entre fé e razão, a questão da racionalidade religiosa se não nos toca pela relevância, nos toca pela emergência do assunto. O discurso religioso, desde então, perdeu seu status racional enquanto fonte de acesso à Verdade para o discurso científico. A crença em Deus e suas explicações sobre o mundo e todas as atividades humanas foram colocadas em xeque e a secularização transformou o discurso de confissão de fé numa atividade ingênua, de baixa inteligibilidade e irrelevante. Enquanto isso, o discurso científico ganhou cada vez mais credibilidade racional por investigar objetos empíricos e apresentar evidências dos seus resultados. Mas, no interior do discurso científico também há crenças que sustentam suas proposições, de modo que, nos leva a questionar os fundamentos da crença. Portanto, o problema da presente pesquisa visa encontrar uma maneira de entender a racionalidade religiosa, considerando que exigir uma racionalidade teórica da fé é misturar os jogos de linguagem que são próprios a cada discurso. Assim, os jogos de linguagem dessemelhantes não podem ser confundidos, consequentemente, é necessário assumir um determinado jogo de linguagem epistêmico para fazer algum tipo de pesquisa. Isto é, é possível afirmar que existem crenças que fazem as diferentes bases epistêmicas do conhecimento humano. Desse modo, as implicações para responder o nosso problema de pesquisa se deram na medida em que o discurso científico acusa a religião de não apresentar justificativas racionais da sua crença e investigar aquilo que não é capaz de demonstrar. E o modo como o problema foi abordado apresentou dois movimentos centrais: o primeiro, refere-se à investigação do pano de fundo histórico-filosófico a partir do pensamento de Jürgen Habermas que discutiu as bases seculares da modernidade até a colheita de seus resultados na atualidade, apresentando a era pós secular que retoma o discurso religioso na sociedade política e civil por meio da tradução dos seus termos sagrados para uma linguagem secular. O segundo movimento acomodou o Fideísmo Wittgensteiniano enquanto corrente com elementos suficientes para dar uma possível resposta ao nosso problema de pesquisa: como entender a racionalidade religiosa? Para tanto, partimos da hipótese que o discurso religioso é provido de racionalidade porque apresenta dentro do seu jogo de linguagem o emprego das palavras submetidas a regras próprias de funcionamento possibilitando seu significado e sentidos aplicáveis. Assim, a língua é viva e abarca uma incomensurabilidade de combinações operadas pelo falante através das suas crenças infundadas que expressam parte do seu pensamento e exteriorizam sua forma de vida. Quanto a metodologia, a pesquisa foi desenvolvida com finalidade epistêmica teórica com objetivo descritivo, sob o método hipotético-dedutivo com abordagem qualitativa e realizada com procedimento bibliográfico. |
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