Resumo:
Esse artigo tem como objetivo realizar uma análise historiográfica das relações comerciais no Segundo Reinado na década de 1850. Assim, serão tratadas a forma como a presença dos bancos perpassava pela concessão dos empréstimos à grande lavoura e as implicações dessa política nas Províncias do Norte, em especial a Paraíba. Os relatórios dos presidentes de províncias são instrumentos necessários para conhecer a dinâmica dos acordos comerciais. O peso do trabalho escravo direcionou a economia para a grande lavoura, promovendo as desigualdades regionais. O clientelismo determinava os acordos comerciais e a ausência de Casas Bancárias na Província da Paraíba, movimentando a economia através de empréstimos financiados, em grande parte, pela elite mercantil para viabilizar a economia local. Tais contradições evidenciam o contexto de dependência dos setores produtivos e a necessidade de, à luz da História Social, compreender a relação intrínseca que norteou a política brasileira e o processo histórico, o qual relacionou o mercado de crédito e a mão de obra escrava ao modelo de sociedade clientelista. Portanto, as relações sociais estavam imbricadas nas relações econômicas e possibilitavam uma expressiva especulação no mercado de crédito pelas elites locais, promovendo um modelo de sociedade arcaica. Esses aspectos justificavam o papel do crédito e sua dinâmica no controle social.
Descrição:
RODRIGUES, Maria das Graças de Almeida. A política de crédito no segundo reinado: considerações sobre o papel dos bancos na economia da Província da Paraíba (1850). 2019. 24 f. Artigo (Graduação em História) – Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2019.