Resumo:
As obras literárias mantêm um diálogo muito próximo com as demandas sociais da época de sua produção e circulação. Todavia, com o passar do tempo, tais obras podem se tornar objetos passíveis de investigação, para responder a questões relacionadas a comportamentos ou ideologias. Assim, este trabalho investigou a imagem do negro, na personagem Pedro, na obra teatral O Demônio Familiar
(1857), de José de Alencar, visto que suas falas demonstram desprestígio à sua raça, conferindo-lhe um comportamento subserviente aos patrões e fatalista de sua condição de escravo, da qual ele sequer tenta se libertar. Este estudo lançou mão dos pressupostos teóricos, postulados por Faraco (1994), Alencar (2005), Bosi
(2015), Duarte (2000, 2011), Brait (1990), Moisés (2004), Franco Júnior (2005), Ribeiro (2020), William (2020), Borges (2020) e Almeida (2020). Os resultados alcançados mostraram que a imagem estereotipada com que Alencar retrata o negro, para a Corte fluminense, no século XIX, transcende os limites da ficção, ecoando em nosso meio social ainda hoje, com o racismo estrutural e velado, interferindo no exercício da cidadania de grande parte da população negra, o que torna urgente e necessário refletir sobre tais questões.
Descrição:
SILVA, J. R. G. da. Pedro, o estereótipo a ser desconstruído em O demônio familiar, de José de Alencar. 2021. 39f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras)- Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2021.