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A sociedade é um lugar de pluralidades, formada por indivíduos que a todo momento emanam suas ideologias, através de discursos criados na relação de convivência e interação. Dessa forma, entende-se que as identidades dos sujeitos são construídas e se modificam de acordo com o ambiente no qual estão inseridos. Paralelo a essa sociedade plural, que organiza suas identidades através das interações possíveis, tem-se um ambiente de exclusão, repressão e que usa dos comportamentos e dos detalhes para apontar e acusar os sujeitos e sua existência. Este trabalho propôs identificar essas formas de repressão presentes na sociedade, através de uma análise do conto “Aqueles dois”, pertencente à obra Morangos mofados, escrita por Caio Fernando Abreu. A fim de atingir os objetivos pré-estabelecidos, esta pesquisa foi realizada sob metodologia de cunho qualitativo, considerando a realidade social das relações humanas e dos determinados grupos representados no conto. Para tanto foram considerados os pressupostos teóricos e ideias postuladas por Michel Foucault, Stuart Hall e estudiosos cujas reflexões orientaram para a construção desta análise. Observou-se, através da narrativa analisada, a maneira acusadora e repressora com que a sociedade enxerga a relação dos personagens Raul e Saul, que, por sua vez, representa todas as relações que não condizem com os padrões socialmente estabelecidos. É considerado, ainda, através das constatações, a necessidade dos estudos que buscam investigar e mostrar a violência da sociedade, como reação às diferenças apresentadas por meio dos corpos e dos comportamentos, excluindo e marginalizando de forma repressora os indivíduos e suas diferenças. |
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