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Historicamente as pessoas que possuíam algum tipo de deficiência foram legadas ao âmbito do espaço privado e tiveram os seus direitos sociais e civis negligenciados. Em específico, as pessoas cegas foram relegadas ao espaço do pedinte, e foram exclusas do acesso a determinados setores sociais, tais como o mercado de trabalho e da educação, sendo classificadas como inválidas e incapazes. Partindo deste pressuposto, este estudo tem por objetivo analisar a inclusão das pessoas com deficiência no mundo do trabalho, empreendendo uma interface com a educação, a partir das experiências e agenciamentos elaborados por pessoas cegas em Campina Grande, entre o período de 1994 e 2010.Do ponto de vista teórico, nos aportamos na História Social campo que possibilita trazer à tona as vozes de indivíduos que historicamente foram silenciados e marginalizados. Neste sentido, recorremos aos conceitos de experiência e agenciamento em Thompson (1998), conscientização e emancipação em Freire (1987) e identidade em Hall (2002). Metodologicamente fizemos uso da História Oral em sua modalidade temática, partindo dos pressupostos de Alberti (2005) e Freitas (2006), onde empreendemos entrevistas com cinco pessoas cegas inclusas no mundo de trabalho na cidade lócus desta pesquisa. As experiências e as vivências das pessoas cegas inclusas no mundo do trabalho, construídas a partir da vinculação educação e mundo do trabalho, se constituem como um mecanismo a partir do qual estes sujeitos podem romper com a opressão, construir outra leitura do mundo e uma identidade que fuja aos pressupostos do inválido e do incapaz. |
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