Resumo:
É recorrente a representação de personagens-artistas e seus desdobres na obra de Virginia Woolf. Seja em seus ensaios, como é o caso de A room of one’s own (1929), ou em romances, como em sua primeira produção romanesca The Voyage Out (1915), com o talento musical de Rachel Vinrace, ou com a pintora Lily Briscoe em To the Lighthouse (1927). A essa maneira, surge a recorrência, na obra de Woolf, as questões intrínsecas à figura do artista, principalmente por representações femininas. Nesse sentido, tornou-se nosso interesse compreender como esses reveses são construídos no seu romance Orlando: A Biography (1928), que narra a história de um(a) personagem aspirante a poeta, que percorre uma jornada por entre cinco séculos, iniciando na era de ouro inglesa, no século XVI, sob o reinado da Rainha Elizabeth I e findando nos tempos modernos, no ano de 1928. Para esta leitura, sobrepomos o romance corpus desta pesquisa à luz da tradição do Künstlerroman, que surge no século XIX, com uma maior valorização da imagem do artista, embebido pelos ideais românticos acerca das reflexões sobre o “eu”. Como embasamento teórico, tomamos os estudos de Montandon (1986) e Lagos (2017), em busca do conceito de Künstlerroman; considerando os desdobramentos autorreflexivos, apoiamo-nos nas contribuições de Patricia Waugh (1984), Linda Huctheon (1980) e Mark Curie (1995). Desse modo, pretendemos investigar as camadas metaficcionais que se constroem durante a trajetória secular da personagem-artista Orlando e suas peculiaridades.
Descrição:
OLIVEIRA, S. L. de. Künstlerroman e os desdobramentos metaficcionais em Orlando, de Virginia Woolf. 2021. 54f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras)- Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2021.