Resumo:
Este trabalho realiza uma análise de dois contos inseridos na coletânea Doze reis e a moça no labirinto do vento (2006), de Marina Colasanti, a partir de uma investigação discursiva que confronta o comparecimento de dois tipos de discursos. No horizonte da fortuna crítica, Colasanti se destaca tanto por uma produção de revisitação de gêneros tradicionais, quanto pela sua reescritura intertextual dos contos de fadas, essa alinhada aos movimentos críticos e contemporâneos. Constata-se em sua produção literária o comprometimento de discursos monolíticos e universalistas do cânone das fadas, em favor de uma tensão ampliada que faz valer as vozes discursivas da contemporaneidade, especificamente a visão feminista. Escolhemos, desse modo, os contos A moça Tecelã e Doze reis e a moça no labirinto do vento, como corpus de análise, de modo a identificar os elementos intertextuais que mobilizam discursos diferenciados. Ou seja, as narrativas fazem eco às estruturas clássicas do cânone de fadas, mas se distanciam dessas ao propor uma problematização em torno das personagens femininas, que não se acomodam facilmente em tipos estereotipados. O nosso percurso destaca principalmente as ações e reflexões femininas sobre o tema do casamento representado, de forma a elucidar as vozes ideológicas implicadas nesse universo. Nossa análise mobiliza a dominante discursiva do dialogismo postulado pelo teórico russo Bakhtin (1997), a fim de identificar precisamente os discursos ideológicos que sedimentam o jogo ficcional dos contos.
Descrição:
TAVEROS, T. T. dos S. Os (des)fios de Colasanti nos contos A moça Tecelã e Doze reis e a moça no labirinto do vento. 2021. 35f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras)- Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2021.