Resumo:
O presente trabalho é uma reflexão acerca da autoria feminina na literatura de cordel a partir de um mapeamento de nomes de mulheres que atuaram e atuam no gênero no estado da Paraíba. Para isso, fizemos um mapeamento por meio de pesquisas na internet e também de contatos via redes sociais com algumas autoras a fim de observarmos como se deu a participação da mulher no contexto do gênero cordelístico, especificamente, no Estado da Paraíba. Após realizado o mapeamento, selecionamos como corpus da pesquisa quatro folhetos de autoria da campinense, Maria Godelivie: E o homem foi criado (2014), Ô! Mulher desnaturada (2014), Tapa trocado não dói (2015) e Ditando regras (2019), observando se a representação da mulher apresentada nos cordéis configura-se como símbolo de resistência ou reproduz estereótipos da cultura patriarcalista. Os pressupostos teóricos que nos serviram de base teórica foram os estudos em torno da questão de gênero e autoria feminina a partir das contribuições de Louro (1997), Rago (1998), Scott (1995), Perrot (2007) e as considerações de Silva (2010) e Queiroz (2006) acerca do gênero cordel. Após a pesquisa realizada, percebemos que ainda há uma minoria de mulheres permeando o universo cordelista no Estado da Paraíba. Algumas ainda ocultadas devido a uma série de questões que discutimos ao longo da pesquisa. Entretanto, é perceptível que essas mulheres que ousaram ir além das represálias encontradas nesse meio se configuram, hoje, como símbolo de resistência ao usarem a escrita como instrumento de luta contra o machismo e a violência de gênero.
Descrição:
SOUZA, F. F. A mulher nos cordéis de Maria Godelivie: símbolo de resistência ou reprodução da cultura patriarcal? 2021. 72 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Português) - Universidade Estadual da Paraíba, Monteiro, 2021.