Educação étnico-racial e a construção de livros lúdicos afro-brasileiros para a educação infantil

Abstract

O trabalho didático é uma prática de construção contínua e com abordagens que visam facilitar o processo de ensino e aprendizagem. A Educação Infantil é uma etapa da vida escolar da criança, início da formação cognitiva, cabendo à escola investir na internalização de conceitos como o respeito ao próximo de forma incondicional. Neste sentido, este trabalho busca construir uma análise da ludicidade como ferramenta pedagógica para aplicação da Educação Étnico-Racial na Educação Infantil, tendo como base a construção de um livro lúdico com uma temática afro-brasileira, na tentativa de aproximar o saber cultural africano do cotidiano das crianças, para que elas se sintam pertencentes e participantes do universo afro-brasileiro. Muitas crianças sofrem com o preconceito social mascarado na sociedade, e frente a essa situação o livro lúdico foi construído para cultivar nelas o respeito, o amor e o autoconhecimento. Como metodologia, o caminho adotado foi o da pesquisa bibliográfica com uma abordagem exploratória, considerando de forma qualitativa conceitos e os trabalhos sobre ludicidade na Educação Infantil. Devido ao cenário da pandemia do novo corona vírus, não foi possível aplicar a proposta de se trabalhar o livro lúdico em campo. Para fundamentação da proposta formulada dialogamos com alguns pesquisadores/as da temática, entre eles/as: NEGRINE, 1994, OLIVEIRA, 1996, KISHIMOTO, 2001, GOMES, 2005, MALUF, 2008 e ROJAS, 2009. Contudo, o processo de pesquisa, a organização de ideias e a discussão foram essenciais para percebermos o quanto a ludicidade pode ser uma aliada na prática pedagógica diária e que os alunos podem e devem fazer parte da construção de novos recursos didáticos. Desta forma, a práxis docente precisa envolver os alunos para que eles se sintam motivados e atuantes em um espaço onde a representatividade se torna cada dia mais importante e possamos assim alimentar as nossas origens africanas, pois ainda estamos submetidos a uma cultura eurocêntrica onde o saber da pessoa negra é desvalorizado, desconhecido socialmente e alvo de preconceito.