Resumo:
Durante a gravidez os pais elaboram expectativas em relação ao filho baseados na ideia de um
bebê saudável. O recebimento do diagnóstico de uma deficiência caracteriza-se como um
momento difícil para toda a família que deverá realizar o luto do bebê idealizado e aceitação
do bebê real, intencionando atender suas demandas e construir vínculos. Diante do atual
cenário, concernente ao grande número de casos de crianças com microcefalia e outras
alterações neurológicas, características da Síndrome Congênita do Vírus Zika (SCVZ), este
trabalho objetivou apreender as representações sociais sobre microcefalia entre mães cujos
filhos foram acometidos pela SCVZ, por tratar-se de um novo problema de saúde.
Participaram desta pesquisa 12 mães cujos filhos foram diagnosticados com a SCVZ e que
frequentam o Centro Especializado em Reabilitação (CER) vinculado à Secretaria Municipal
de Saúde. Como instrumentos de coleta, foram utilizados uma ficha sociodemográfica e um
roteiro de entrevista semiestruturado. Os dados foram analisados a partir da análise de
conteúdo temático categorial. A microcefalia é representada, sobretudo, pela “cabeça
pequena” e calcificações no cérebro, assim como através do processo de comparar a
microcefalia decorrida da infecção pelo vírus Zika e a microcefalia proveniente de outras
etiologias. Tendo em vista essa compreensão, as mães dedicam-se integralmente aos cuidados
diários das crianças, que envolve o acompanhamento constante nos serviços de saúde. Por
conseguinte, recomenda-se intervenções psicológicas e políticas voltadas para este
público-alvo a fim de que a experiência materna possa ser ressignificada e melhor
experienciada.
Descrição:
SILVA, Hellen Juliane do Nascimento. Representações sociais da microcefalia entre mães de crianças diagnosticadas com a síndrome congênita do vírus Zika. 2020. 21f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2021.