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A família passou por diversas transformações na sua história que possibilitou, na contemporaneidade, o surgimento de variados arranjos familiares e diferentes papeis a serem exercidos pela mãe e pelo pai na relação parental, quebrando a hegemonia do modelo tradicional de família nuclear, de ordem patriarcal e hierarquizada. A reorganização dos padrões de relacionamento no ambiente familiar permitiu o surgimento de outros tipos de práticas educativas parentais, indicando relações mais respeitosas e democráticas, porém, ainda se observam estratégias de cunho coercitivo que legitimam o poder dos pais sobre seus filhos. Alguns estudos apontam que as práticas educativas utilizadas pelos pais influenciam, significativamente, no desenvolvimento de seus filhos, principalmente, na adaptação e no engajamento escolar. Os estudos indicam, também, que apesar das constantes mudanças na família, a mãe ainda é identificada como aquela que provêm afeto e que frequentemente educa, cabendo ao pai o sustento financeiro e a figura de autoritarismo. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo analisar a visão da mãe e do pai sobre as relações parentais. O trabalho resultou no aproveitamento de dados obtidos por meio da realização de duas pesquisas de campo, descritivas, pelo Programa Institucional Voluntário de Iniciação Científica- PIVIC/UEPB e pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica- PIBIC/UEPB. Os participantes foram 15 mães e 15 pais com renda superior a dois salários mínimos, residentes na cidade de Campina Grande-PB e o local da coleta foi nas suas residências ou em locais públicos da cidade. Os dados foram coletados por meio de um questionário sociodemográfico e de entrevista semiestruturada. Ambos os projetos foram submetidos à aprovação do Comitê de Ética da Universidade Estadual da Paraíba- UEPB. As entrevistas foram analisadas de forma qualitativa, fundamentandose no método de análise de conteúdo de Bardin. Os resultados indicaram que a mãe é vista como principal responsável pela educação dos filhos, apesar dos dados trazerem, também, a participação gradativa do pai. O ensino dos valores morais se mostrou como um aspecto importante das relações parentais, fortalecendo o papel da família na construção de crenças e valores. Apesar dos dados trazerem novas perspectivas da parentalidade, para além das posturas hierarquizadas, observa-se práticas, majoritariamente, coercitivas tanto na perspectiva do pai, quanto da mãe, principalmente quando os filhos não obedecem, indicando a coexistência de modelos tradicionais e modernos na relação parental. |
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