Resumo:
Este trabalho teve como objetivo avaliar a condição periodontal de pacientes atendidos na clínica escola de Odontologia da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, campus I, Campina Grande, Paraíba, investigando sua associação com as características sociais e comportamentais da amostra estudada e identificando o perfil de atendimento no serviço. Trata-se de um estudo quantitativo e analítico, do tipo transversal, que envolveu a coleta de dados em prontuários, utilizando-se como critérios de exclusão a incompletude de dados ou a falta de assinatura do TCLE pelo paciente. As análises foram realizadas pelo SPSS 20.0. Para caracterizar a amostra, distribuiu-se as frequências dos dados. Para associar a condição periodontal (gengivite/periodontite) e as demais variáveis empregou-se o teste qui-quadrado de Pearson (ou teste exato de Fisher quando apropriado), com p < 0,05. Do total de 426 prontuários, 42,5% foram excluídos, restando ao final 245 prontuários. Dos prontuários analisados, a maioria pertencia a mulheres (61,6%), tinha entre 40 e 50 anos de idade (26,9%), autodeclarou-se como não branco (56,7%), era casada (47,3%), tinha renda mensal de 1 salário mínimo (53,1%) e possuía 9 a 11 anos de estudo (46,9%). A frequência de tabagistas foi de 10,6% e de ex-tabagistas de 22,0%. Em relação à queixa principal, 68,6% procurou atendimento por motivos não relacionados à doença periodontal. Sobre a prática de higiene bucal, 121 (49,4%) afirmaram escovar os dentes 3 vezes ao dia e 124 (50,6%), usar fio dental. Porém, a avaliação do índice de placa visível refletiu uma higiene bucal ruim (58,4%). A condição mais prevalente do PSR foi de cálculo dentário (63,7%), predominando no sextante 5 (72,7%). Das 245 fichas incluídas no estudo, 147 (60,0%) pacientes apresentaram alguma doença sistêmica relatada e 96 (39,2%) a utilização de algum tipo de medicamento. As condições sistêmicas mais frequentes foram hipertensão arterial (23,7%), doenças gástricas (21,2%) e depressão (14,7%). Entre os medicamentos utilizados, os mais comumente relatados foram anti-hipertensivos (19,2%) e para o SNC (11,4%). Ao relacionar a condição sistêmica com o registro de medicamento utilizado, foi observada a existência de registro de uso de medicamento sem o registro da condição e vice e versa. A associação entre o diagnóstico periodontal e demais variáveis foi estatisticamente significante entre periodontite, faixa etária de 51 a 64 anos (p < 0,001), estado civil classificado como viúvo (p < 0,001) e tabagismo (p = 0,003). Não foi encontrada associação estatisticamente significante entre condição sistêmica e as demais variáveis. Conclui-se que a população atendida pela clínica escola da UEPB é maioria feminina e possui baixa renda. Há predominância de prática de higienização bucal adequada, porém é incompatível com a condição periodontal presente. Ainda, o diagnóstico de periodontite foi estatisticamente significante na faixa etária de 51 a 64 anos, viúvo e entre tabagistas. A partir dos achados, observa-se a importância de intensificar ações de orientação em saúde bucal.
Descrição:
SANTOS, Antares Silveira. Características sociais, comportamentais e diagnóstico periodontal de pacientes do serviço de periodontia da UEPB. 2020. 37f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2020.