Resumo:
A transmissão vetorial sempre foi considerada a principal forma de transmissão da doença de Chagas, mas nos últimos anos tem aumentado o relato de casos por contaminação oral que, não raro, envolvem surtos epidêmicos relacionados ao consumo de alimentos, como o açaí. Esta pesquisa tem como objetivo principal avaliar a ocorrência de casos de doença de Chagas aguda no Brasil, nos anos de 2015 a 2019, verificar a prevalência e mortalidade entre os indivíduos afetados, além de verificar quais os estados mais afetados pela patologia, assim como descrever os principais modos de infecção. Tratou-se de uma pesquisa transversal, de caráter epidemiológico e abordagem quantitativa, realizada por meio do acesso a dados secundários em bancos de dados do DATASUS, durante o segundo semestre do ano de 2020. Durante os cinco anos avaliados de notificação de doença de Chagas no país, os registros aumentaram significativamente, passando de 268 casos em 2015 para 384 em 2019, um aumento de aproximadamente 43,0%. A contaminação por Trypanosoma cruzi por via oral tem se tornando a principal causa de doença de Chagas aguda (83%). A região Norte do Brasil registrou a maioria dos casos em nosso país (94,7%); o estado do Pará foi responsável por 84,0% das notificações. Como a maior parte das contaminações ocorreu por via oral, provavelmente o consumo de açaí foi o responsável, já que se trata de um alimento popular e bastante utilizado por aquela população. Através do acompanhamento periódico das áreas com maior prevalência, será possível criar políticas públicas para não apenas evitar novos casos como também melhorar o prognóstico e qualidade de vidas dos afetados, já que a doença de Chagas tem tratamento efetivo se for diagnosticada na fase inicial da infecção.
Descrição:
SANTOS, Monica Andrade dos. Ocorrência da Doença de Chagas aguda no Brasil. 2020. 30f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2020.