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Introdução: As doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por 70% de
mortes da população mundial (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2014). A
migrânea crônica (MC) se destaca pelo grau de incapacidade dos indivíduos, sendo
classificada como uma das oito doenças crônicas que afetaram mais de 10% da
população mundial em 2015, e esteve na sétima posição entre as dez principais
causas de anos vividos com incapacidade (VOS et al., 2016). Considerando o
impacto da MC sobre a qualidade de vida, observou-se a necessidade de estudos
acerca da presença de sintomas de ansiedade e depressão, tendo em vista que
influenciam a gravidade da doença (Ligthart et al., 2013) e sua correlação com o
perfil clínico da dor em adultos jovens, contextualizando tais distúrbios
neuropsicológicos. Objetivo: Investigar a presença de sintomas de ansiedade e
depressão e sua correlação com o perfil clínico da dor em adultos jovens portadores
de MC. Metodologia: Estudo transversal, qualiquantitativo, composto por 14
indivíduos diagnosticados com MC. Utilizou-se: O Diário de Cefaleia (DC), a Ficha
Sócio Demográfica e Hábitos de Vida, o Inventário de Ansiedade Traço-Estado
(IDATE), o Inventário de Depressão de Beck (IDB) e a Escala Visual Analógica.
Resultados: Após análise de dados, observou-se que os portadores de MC
apresentaram 28,6±7,0 anos, com predominância do sexo feminino (92,8%), ensino
superior incompleto (42,8%) e com relação aos hábitos de vida nunca fumaram
(92,8%) e nunca ingeriram bebida alcoólica (71,4%). Evidenciou-se a presença de
sintomas de ansiedade-traço (46,9±5,3) e ansiedade-estado (46,4±5,3) moderados e
sintomas depressivos de leve a moderados (16,1±10,6). Foi verificado também que
os portadores de MC apresentaram intensidade da dor valores de 65,7±14,0mm e
grau de desconforto 81,7±10,8mm, sugerindo de moderado à severo; e frequência
de crises 19,9±8,1 dias por semana. No tocante a presença de sintomas de
ansiedade estado e sua correlação com o perfil clínico da dor, houve correlação
positiva moderada significante para a intensidade da dor (r=0,57; p=0,03), quando
comparados ao grau de desconforto (r=0,07, p=0,81) e frequência de crises (r=0,01,
p=0,97). Por outro lado, na presença de sintomas de ansiedade-traço e sua
correlação com o perfil clínico da dor, verificou-se correlação positiva fraca para a
intensidade da dor (r=0,12; p=0,66) e frequência de crises (r=0,28, p=0,33) e
correlação positiva moderada quando comparados ao grau de desconforto (r=0,31,
p=0,27). Do mesmo modo, a presença de sintomas de depressão em indivíduos com
MC e sua correlação com o perfil clínico da dor demonstraram correlação negativa
fraca quanto a intensidade da dor (r=-0,13; p= 0,64) e correlação positiva fraca para
o grau de desconforto (r=0,37; p=0,19) e frequência de crises (r=0,28; p=0,32).
Conclusão: Após análise dos resultados, foi possível sugerir que adultos jovens portadores de MC apresentam presença de sintomas de ansiedade traço-estado
moderados e presença de sintomas de depressão leve a moderado, com
intensidade da dor e grau de desconforto moderado a grave e frequência de crises
mais de 15 dias por mês, evidenciando correlação entre a presença de sintomas de
ansiedade estado e a intensidade da dor. |
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