Resumo:
É evidente na literatura a atuação indispensável da fisioterapia na fase I da reabilitação cardíaca,
em decorrência da alta prevalência de complicações pulmonares pós-operatórias que impactam
negativamente o prognóstico do paciente. Diante disso, esta pesquisa tem como objetivo
analisar os efeitos do treinamento muscular inspiratório na capacidade funcional e força
muscular respiratória na fase I da reabilitação cardíaca em pacientes submetidos à
revascularização miocárdica. Trata-se de um estudo experimental do tipo clínico randomizado
controlado, tendo como amostra 12 indivíduos submetidos a cirurgia de revascularização
miocárdica (CRM), conveniados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), internados no Hospital
João XXIII de Campina Grande - PB. Os participantes foram divididos em dois grupos por
meio do critério de amostragem aleatória simples, onde o grupo controle (GC) compôs 7
pessoas e o grupo experimental (GE) 5 pessoas. Ambos os grupos foram submetidos à
reabilitação cardíaca protocolada pelo hospital, e apenas o GE adicionalmente, foi submetido
ao treino da musculatura inspiratória com o uso do Threshold® IMT, executado duas vezes ao
dia, com três séries de dez repetições, com intervalos de um minuto entre cada série. A carga
imposta a cada paciente foi fixada em 30% da pressão inspiratória máxima (PImáx) durante
todo o período de intervenção. Foi avaliada a força muscular respiratória pela manovacuometria
e a capacidade funcional submáxima pelo teste de caminhada de seis minutos (TC6) nos
momentos do pré-operatório, segundo e quinto dia de pós-operatório. Para análise dos dados,
foi utilizado o pacote estatístico SPSS (Statistical Package for Social Sciences) – versão 25 da
IBM® para o Windows. As variáveis quantitativas foram apresentadas por meio de médias e
desvio-padrão. Após a aplicação dos testes estatísticos, constatou-se que, houve aumento
significante da pressão inspiratória máxima do GE pós intervenção, com uma diferença de
38,73% maior em relação ao GC. Na pressão expiratória máxima o GE alcançou uma média de
40,34% em seu resultado maior que o GC. Também foi verificado uma diferença clínica na
capacidade funcional submáxima refletida pela distância máxima percorrida no TC6, onde GC
apresentou uma média de 85,7 m menor que o GE. Por meio do estudo, conclui-se que, o
treinamento da musculatura inspiratória com o uso do Threshold® IMT, contribuiu para o
aumento dos valores alcançados das pressões respiratórias máximas e na redução da perda da
capacidade funcional submáxima no quinto dia de pós-operatório, favorecendo assim, a
otimização do prognóstico clínico dos pacientes.
Descrição:
FRANÇA, S. F. F. de. Efeitos do treinamento muscular inspiratório na capacidade funcional e força muscular respiratória em pacientes submetidos a revascularização miocárdica. 2019. 33f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2019.