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O desenvolvimento de novas formas farmacêuticas pode prolongar e aperfeiçoar o controle de
administração de ativos, o que se mostra de suma importância para a indústria farmacêutica.
A fim de melhorar a ação terapêutica com o mínimo de efeitos colaterais, a associação da
sinvastatina com o acetato de celulose, um polímero com características farmacêuticas
atrativas, na forma de micropartículas poliméricas, pode representar uma proposta inovadora
para o tratamento de dislipidemias. O objetivo deste trabalho foi obter e caracterizar o acetato
de celulose originado da celulose extraída da Agave sisalana Perrine (sisal), planta abundante
no semiárido brasileiro e desenvolver um sistema microparticulado deste polímero. Tal
sistema idealizado para a incorporação de fármacos como a sinvastatina, um fármaco da
classe II de acordo com o sistema de classificação biofarmacêutica, além disso, caracterizar
físico-química e morfologicamente o acetato de celulose e o sistema microparticulado
utilizando as técnicas de calorimetria exploratória diferencial (DSC), termogavimetria (TG).
A celulose e seu derivado acetilado foram obtidos a partir do material vegetal (previamente
seco em estufa de circulação de ar a 40°C e pulverizado) o qual foi submetido a processos
químicos sequenciais e posteriormente o material obtido foi analisado visualmente, realizado
cálculo de rendimento e determinação das propriedades de fluxo para os pós como também
suas propriedades reológicas de compactação e compressão. As micropartículas foram
preparadas através de uma adaptação do método de emulsificação/evaporação do solvente
com nebulização por spray-dryer. A incorporação do fármaco foi avaliada quantitativamente
por eficiência de encapsulação e índice de liberação. A morfologia do acetato de celulose e
das micropartículas foi avaliada através de microscopia óptica nos aumentos de 140 e 1400
vezes. A obtenção do derivado celulósico a partir do sisal observou-se que este apresentou
bom rendimento de 83,1 ± 3,9%, podendo ser considerado um excelente rendimento; Boas
propriedades de fluxo, garantindo flexibilidade na escolha do veículo deste sistema, sendo
possível afirmar que o sisal é uma alternativa tecnológica sustentável e de baixo custo, o que
permitiria um novo valor socio-econômico deste material na região. Além disso, as
micropartículas produzidas apresentaram características macroscópicas interessantes;
Eficiência de encapsulação promissora com cerca de 100 ± 3% do fármaco encapsulado,
garantindo quase que em totalidade que o fármaco está veiculado; E o índice de liberação in
vitro com 94,36% da sinvastatina liberada no meio ácido e 62,47% no meio ligeiramente
alcalino após 48h, o que torna a liberação com início rápido porém sustentado. Portanto, as
técnicas utilizadas permitem caracterizar a formulação de acetato de celulose com
sinvastatina, revelando-se bastante promissoras para o desenvolvimento das micropartículas,
porém são necessários outros testes complementares para afirmar que um sistema polimérico
a partir do acetato de celulose é compatível com o fármaco sinvastatina e outros fármacos
similares, sendo um potencial sistema a ser utilizado no transporte deste fármaco para
melhora no tratamento dos pacientes com dislipidemias. |
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