Avaliação da atividade antimicrobiana de extrato nebulizado de folhas da Momordica charantia L. frente a cepas bacterianas e fúngica

Abstract

A resistência de micro-organismos às drogas tornou-se um problema de saúde pública, e esse quadro aponta para necessidades de novas alternativas terapêuticas. Portanto, os estudos científicos buscam estratégias que possam atuar como um produto inovador para combater a multirresistência. Constata-se a possibilidade de utilização de espécies vegetais para síntese de novos medicamentos antimicrobianos ou ainda como agentes capazes de modificar a resistência microbiana. Dentre as espécies vegetais, a Momordica charantia L. (melão-de-são caetano), pertencente à família das Cucurbitaceae, é indicada popularmente para as mais variadas patologias, como o tratamento de gastrite, úlceras e infecções microbianas. Objetivou-se avaliar o potencial antimicrobiano e o perfil de estabilidade térmica do extrato etanólico nebulizado de M. charantia L. Foram utilizadas as partes aéreas da planta para preparação do extrato nebulizado, por maceração a frio. O screnning fitoquímico de polifenóis totais, flavonoides e taninos condensados foi baseado em reações colorimétricas através da espectrofotometria. A atividade antimicrobiana do extrato etanólico nebulizado foi testada através do método de microdiluição em caldo frente às cepas Escherichia coli, Enterococcus faecalis e Candida albicans. Determinou-se os parâmetros térmicos e a estabilidade do extrato nebulizado. Constatou-se a presença dos metabólitos secundários, com destaque à uma maior concentração dos flavonoides. O extrato apresentou um potencial antimicrobiano frente às cepas bacterianas E. coli e E faecalis. Os perfis termo analíticos apresentaram eventos de decomposição térmica, os quais estão provavelmente relacionados à presença dos mesmos metabolitos secundários da planta. Os resultados indicam que M. charantia L. possui propriedade antimicrobiana, portanto sugere-se a continuação do estudo com o objetivo de elucidar os mecanismos de ação, sendo fonte para o desenvolvimento de futuros medicamentos fitoterápicos.