Resumo:
O fenômeno do crescimento da população idosa no mundo todo tem despertado a atenção da
comunidade científica. O envelhecimento é um processo natural acometido ao ser humano que
traz consigo perdas a nível biológico, psicológico e social. Um dos aspectos afetados durante a
velhice é a cognição, cujas limitações são manifestadas de forma particular em cada indivíduo.
Nesse sentido, o objetivo deste trabalho consistiu em analisar o desempenho cognitivo de idosos
urbanos e suas relações com variáveis socioeconômicas. A amostra conteve 508 idosos, de
ambos os sexos, residentes na cidade de Campina Grande, na Paraíba. Utilizou-se um
questionário sociodemográfico com questões estruturadas como sexo, idade, estado civil,
escolaridade, renda familiar e aposentadoria. A fim de se avaliar o desempenho cognitivo dos
participantes, foi utilizado o questionário do Mini Exame do Estado Mental (MEEM). Foram
realizadas análises descritivas e inferenciais (correlação de Spearman e teste qui-quadrado). A
média de idade dos idosos participantes foi de 71,16 anos (D.P. = 7,05; mín. = 60; máx. = 92).
A amostra foi majoritariamente feminina (N = 408; 80,3%); 20,3% (N = 103) dos idosos nunca
foram à escola. A média de anos de escolaridade da amostra foi de 6,39 anos (D.P. = 5,49). A
maior porcentagem dos idosos é casada ou vive com companheiro(a) (N = 216; 42,5%), é
aposentada (N = 359; 70,7%) e sabe ler e escrever (N = 352; 69,3%). Obteve-se uma média de
23,14 pontos na avaliação do MEEM. Destacaram-se, nesta avaliação, a variável orientação
com maior média (M = 9,00; D.P. = 1,36), e a praxia construtiva com menor média (M = 0,50;
D.P. = 0,50). Para as variáveis status cognitivo e saber ler e escrever, foi encontrada associação
estatisticamente significativa. Dentre os participantes que sabiam ler e escrever, foi
demonstrada menor concentração de déficit cognitivo. Encontraram-se correlações
estatisticamente significativas positivas entre resultado do MEEM e as variáveis número de
anos de escolaridade e renda familiar. Com as variáveis idade e quantos filhos possui, a
correlação foi negativa. Escolaridade apresentou correlação estatisticamente significativa com
as variáveis atenção/cálculo, linguagem e praxia construtiva. A idade obteve correlações
negativas, embora fracas, com todos os domínios e subdomínios do MEEM, mostrando-se
como fator de risco para o declínio das funções cognitivas do MEEM. Destaca-se a relevância
de estratégias de intervenção e práticas educativas, como um fator de proteção ao idoso,
particularmente no que diz respeito às perdas relativas à cognição, no sentido de contribuir para
a sua melhor qualidade de vida.
Descrição:
GUIMARÃES, B. da S. Status cognitivo de idosos residentes na comunidade. 2019. 33f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2019.