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Desde os seus primórdios o homem utiliza os recursos da natureza para sua sobrevivência
e bem-estar, mantendo uma relação homem-natureza, que é refletida e acumulada em
forma de saberes, influenciados por suas crenças, culturas e experiências. Sabendo da
importância dessa relação o presente trabalho buscou investigar comunidades tradicionais
siteiras do interior da Paraíba, a fim de analisar se estas comunidades têm avançado junto
a medicina moderna deixando as práticas tradicionais se perderem ou se as mesmas ainda
se mantem vivas, além de fazer um levantamento das etnoespécies medicinais utilizadas
pelas comunidades, bem como as suas formas de preparo. Ao todo foram entrevistadas
30 famílias por meio de questionários semiestruturados, sendo dez famílias para cada
comunidade. A pesquisa é de cunho qualitativo e quantitativo, sendo adotado o cálculo
de valor de uso, expresso pela formula: VU=∑U/n. Os resultados evidenciaram a
prevalência de 52 espécies com propriedades medicinais sendo as mais populares entre
as comunidades Lippia alba (Mill.) N.Br. e Cymbopogon citratus (DC) Stapf. Ainda
sobre a predominância das espécies nas comunidades sobressaem-se: Foeniculon vulgare
L., Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. e Mentha piperita L; nas comunidades
Manguape, Soares e Cachoeirinha dos Torres, respectivamente. Entre as diversas
formulações evidencia-se o chá como forma de preparo mais comum, destacando-se as
folhas como as partes mais utilizadas nos preparos. Identificou-se ainda que as práticas e
os saberes tradicionais se mantêm arraigados entre os mais idosos, já nos mais jovens
esses são observados discretamente, pois estes têm sido influenciados pelas mudanças de
vida, pela medicina moderna, e a facilidade ao acesso a medicamentos industrializados,
deixando se perder os conhecimentos tradicionais que seriam repassados as futuras
gerações, ameaçando a permanência da medicina popular. |
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