Resumo:
O naproxeno é um anti-inflamatório não-esteroidal (AINE), cujo uso pela via oral possui alta
incidência de efeitos adversos gástricos. Sua utilização tópica associada a um sistema
matricial de quitosana constitui-se como uma alternativa para a aplicação desse fármaco,
evitando tais efeitos adversos e acrescentando atividades farmacológicas para melhorar a
reparação de lesões com potencial infeccioso-inflamatório. Sendo assim, este estudo teve o
objetivo de desenvolver e realizar a caracterização físico-química de membranas para
veiculação e liberação tópica do naproxeno. As membranas sem o fármaco (MQ) foram
desenvolvidas pela solubilização de quitosana a 1% (m/v) em ácido acético (1% v/v) por 24h,
seguido de secagem em estufa de circulação de ar (50ºC/24h). Para o desenvolvimento das
membranas de quitosana-naproxeno (MQN) foi realizada incorporação do fármaco pela
adição de 10 mg de naproxeno em 5mL de etanol. Essa solução etanólica foi gotejada na
solução de quitosana, sendo, em seguida, realizada a secagem a 50ºC/24h. A caracterização
foi realizada por Microscopia Ótica Digital (MO), Análise Qualitativa e Quantitativa da
Rugosidade, Espectroscopia do Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR),
Termogravimetria (TG), Calorimetria Diferencial Exploratória (DSC) e Cromatografia
Líquida de Alta Eficiência (CLAE). As membranas com fármaco analisadas por MO
apresentaram cristais de naproxeno dispersos. Pela análise da rugosidade foi indicada a
adesividade dessas membranas devido ao aumento da área de contato de MQN em quase duas
vezes em relação a MQ. Houve indicação de compatibilidade física a partir do DSC, que
também indicou a ocorrência de amorfização do fármaco ao ser incorporado na matriz. Os
dados de FTIR demonstraram uma predominância do perfil polimérico nas análises e junto
com as análises térmicas indicaram compatibilidade química e física entre os componentes de
MQN. A presença do fármaco na matriz foi confirmada a partir da CLAE, cujo doseamento
revelou alta quantidade de fármaco na membrana, evidenciando que o método sol-gel, além
de reprodutível e de relativa simplicidade, foi eficaz desenvolvimento de um dispositivo
tópico que se mostrou potencialmente adesivo e com compatibilidade matriz-fármaco.
Descrição:
SILVA, W. C. da. Desenvolvimento e caracterização físico-química de membranas de quitosana-naproxeno. 2019. 31f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2019.