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O carcinoma de células escamosas representa a neoplasia maligna mais frequente
da cavidade oral. Caracterizado por ser uma neoplasia epitelial invasiva com
variados graus de diferenciação escamosa e com tendência à metástases
linfonodais precoces. As opções de tratamento para esta neoplasia correspondem a
cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia.É comum em pacientes oncológicos
submetidos à terapia antineoplásica, radioterapia e/ou quimioterapia, o
desenvolvimento de complicações orais agudas ou tardias. O preparo de boca
prévio ao tratamento oncológico consiste em eliminar ou estabilizar as condições
orais minimizando a infecção local e/ou sistêmica, durante e após o tratamento
antineoplásico, e consequentemente melhorar a qualidade de vida do paciente. Este
estudo tem como objetivo relatar um caso clínico de carcinoma de células
escamosas na cavidade oral, bem como mostrar a importância do preparo de boca
frente às terapias antineoplásicas. Paciente, sexo feminino, 57 anos, leucoderma,
agricultora, apresentou-se na LINCCO da Clínica Escola de Odontologia da UEPB,
queixando-se de “dor ao mastigar e ao engolir, bem como sentindo algo crescendo
na língua” (SIP). Durante a anamnese a paciente negou tabagismo, alcoolismo e
comorbidades, afirmando antecedentes oncológicos. Apresentou queixa de dor na
língua e disfagia, com duração de aproximadamente três meses. Ao exame físico
intraoral, observou-se uma lesão ulcerada, de crescimento endofítico, com evolução
lenta de aproximadamente 15 meses, coloração semelhante à mucosa, consistência
amolecida, limites indefinidos, com bordas elevadas e irregulares, localizada em
borda lateral posterior de língua (LD), medindo aproximadamente 2,0 cm de
diâmetro. Após biópsia incisional e análise histopatológica estabeleceu-se o
diagnóstico final de carcinoma de células escamosas oral. Durante o exame físico
intraoral, observou-se que a paciente apresentava higiene oral ruim, fazia uso de
prótese dentária total superior, apresentando edentulismo parcial inferior sem
reabilitação. Diante disso, houve a necessidade do preparo de boca previamente à
terapia antineoplásica. A paciente foi encaminhada ao centro de referência, Serviço
de Cabeça e Pescoço de um hospital, no município de Campina Grande-PB.
Instituiu-se como terapia antineoplásica a radioterapia. Com a finalidade de diminuir
e/ou amenizar os efeitos adversos decorrentes da radioterapia, a paciente realizou
o preparo de boca e recebeu orientações sobre a importância e o cuidado com a
higiene oral antes, durante e após à terapia. |
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