Resumo:
O presente estudo teve como objetivo analisar os mecanismos que possibilitaram o
surgimento do “mito Bolsonaro”, constructo fruto do ideário popular do qual ganhou força e
representatividade, assumindo assim o cargo de maior importância do país como presidente da
República. Para chegarmos a uma compreensão sobre o mito, buscamos respaldo na teoria
freudiana; de início, nos aprofundamos nos estudos de Totem e tabu (1913-1914), texto este
que nos possibilitou escandir a ideia de deslocamentos, a partir do Mito da horda primeva,
passando pelo totem, pelo Deus-pai e, posteriormente, as demais configurações que assumem
caráter paterno, a exemplo do Estado. Em seguida, adentramos aos conceitos trazidos por
Freud em Psicologia das massas e análise do Eu (1921), do qual buscamos compreender as
forças que fazem com que o sujeito se veja enquanto membro de uma massa, analisando
assim não apenas os mecanismos por trás desse aglomerado de pessoas como a necessidade
de proteção por parte de um líder, a identificação com este e com os demais do grupo e a sede
de submissão comum a todos. Por fim, fizemos as aproximações entre o mito do pai da horda
primeva com o mito do ideário brasileiro, tomando por base o que nos foi apresentado
pelo pai da psicanálise, o que nos possibilitou encontrar semelhança tanto entre os mitos
como também com o eleitorado, destacando as massas que tiveram maior evidência nesse
cenário, que são a Igreja e o Exército.
Descrição:
ASSIS, D. V. de. Do mito ao mito: Deslocamentos do nome do pai. 2019. 45f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2019.