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Este trabalho possui como principal objetivo analisar como se constrói a oralidade no romance contemporâneo “Um defeito de cor”, da autora Ana Maria Gonçalves (2020). Para solidificar a pesquisa, realizou-se um estudo bibliográfico, buscando fundamentá-lo a partir do respaldo teórico de pensadores como Zumthor (2010), Bakhtin (1997), Maingueneau (2001) e Faraco (2019). Desse modo, pressupõe-se que a oralidade preta em “Um defeito de cor” expressa, através da personagem Kehinde, uma fala íntima do cotidiano, dispondo de palavras que são ditas e ouvidas costumeiramente. Além disso, a autora escolhe uma estética literária pautada na memória e nas contações de histórias, marcas tradicionalmente africanas que regem a cultura oral. Por conseguinte, a oralidade preta que Kehinde traz à tona é, sobretudo, uma linguagem que evoca denúncias sociais, preces, gritos, queixas, lutas, reivindicações e vários outros gêneros textuais orais, portanto, uma fala que mimetiza cruamente a escravidão no período colonial do Brasil. |
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