Prospecção gênica de mutações de sítio-alvo dos inseticidas piretróides: implicações nos programas de controle do Aedes aegypti no Nordeste brasileiro

Abstract

Aedes aegypti é vetor de arboviroses de grande impacto para saúde pública. Atualmente tem capacidade vetorial de cinco distintos arbovírus no Brasil; Vírus da Dengue (DENV), Zika vírus (ZKV), Chikungunya (CHIKV), Mayaro (MAYV) e vírus da febre amarela (YFV), caracterizando o vetor como de grande importância para a saúde pública. Não existem vacinas especificas para os arbovírus transmitidos pelo vetor, sendo o controle populacional o principal meio de domínio. O controle químico é o meio empregado mundialmente no decrescimento populacional de insetos transmissores de doenças, pela ação rápida e eficaz a curto prazo. A grande problemática do uso indiscriminado de inseticidas químicos trata-se da seleção, atrelada ao surgimento de mutações que trazem devida insensibilidade aos insetos. O presente trabalho teve como objetivo identificar mutações encontradas nas populações de Aedes aegypti de três estados do Nordeste brasileiro: Paraíba, Pernambuco e Sergipe. Através da prospecção de variações alélicas no gene Nav, foram identificadas um total de dezessete mutações não sinônimas nas amostras dos três estados. Duas mutações já amplamente descritas em A. aegypti; Phe1534Cys está presente nos estados de Pernambuco e Paraíba e Val1016Iso no estado da Paraíba. Novas mutações não sinônimas também foram documentadas, Thr1755Pro; Phe1758Cys e Lys1805Thr presente nas populações de Pernambuco, em Sergipe: Gly1892Val; Thr1894Pro; Tyr1898Phe; Lys1941Glu; Gly2111Ser e Phe2123Ser, e na Paraíba Gli440Arg, Glu724Lis, Iso958Tre, Val1395Leu e Lis1473Glu, estas ainda não são catalogadas nas bases científicas. As mutações Phe1534Cys e Val1016Iso podem repercutir no nível de resistência das populações de A. aegypti dos estados de Pernambuco e Paraíba, onde documentadas. Dentre a prospecção, foram descritas novas mutações, estas necessitam melhor apuramento para associação a implicações na resistência do vetor.