Resumo:
Muito se tem discutido acerca das desigualdades de classes e de gênero, bem como o abismo entre eles que têm se tornado cada vez mais agravante, as realidades sociais também tem separado o mundo dos ricos e dos pobres, a elite do proletário, o produtor e do consumidor, enclausurando as pessoas em suas “bolhas” de fuga à realidade alheia, onde as relações de poder tornam-se uma forma de favorecimento pessoal, apenas para aqueles que pertencem a este meio social aristocrata, ou ainda, para os que se beneficiam por possuírem algum laço afetivo nessas relações (nepotismo). Nessa perspectiva, o presente trabalho tem como objetivo central, compreender as dissemelhanças das camadas sociais no conto “A bela e a fera ou a ferida grande demais”, da escritora Clarice Lispector. Especificamente, pretende-se atentar para uma reflexão no tocante a relação entre literatura e sociedade, assim como evidenciar os aspectos sociais da cultura contemporânea nos textos da autora. O presente trabalho apresenta uma metodologia de análise do texto literário de cunho bibliográfico, norteado pelas contribuições de Damatta (1997), Dunker (2015), Santos (2018), Showalter (1994), Moraes (2018), Gotlig (1994). Como resultado, foi observado que na sociedade, além de existir uma hierarquização de classes, há também uma representação da felicidade como sendo ilusória, visto que a busca por esta, associasse à vida em “condomínios”, na qual a propriedade restringe-se apenas às pessoas de nível econômico mais elevado, que são privilegiadas, contribuindo para um afastamento entre os indivíduos de “espécies” distintas, que sua vez, vivem à mercê da aristocracia.
Palavras-Chaves: Clarice. Literatura. Espaço social. Segregação.
Descrição:
PEREIRA, M. J. de S. Da fada ao mendigo: os contrastes sociais em "A bela e a fera ou A ferida grande demais" Clarice Lispector / Maria Joselma de Sousa. 2021. 28 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras Português) - Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Ciências Humanas e Agrárias, 2021.