dc.description.abstract |
As arboviroses primariamente transmitidas pelo Aedes aegypti: Dengue, Chikungunya e
Zika, atualmente representam um extenso número de casos negligenciados em regiões
tropicais de todo o mundo. Devido à ausência de vacinas para a erradicação ou redução
da circulação viral, fez-se necessário o desenvolvimento de estratégias e diversos métodos
de controle vetorial. Porém, a aplicação desses métodos ainda é um desafio, já que vários
fatores interferem no controle efetivo dessas estratégias, como a deficiência na
infraestrutura das áreas urbanas e limitações operacionais dos programas de controle. Em
função do aumento de infestação nas residências, o uso de inseticidas domésticos como
os aerossóis, pastilha e solução para aparelho elétrico entre outros se tornaram uma
estratégia de prevenção e controle de insetos nos domicílios. Em vista disso, o presente
estudo teve como objetivo avaliar o padrão de uso pessoal de inseticidas domésticos no
estado da Paraíba. Para esse fim, foi utilizada como estratégia a aplicação de questionários
presenciais e online pela ferramenta do Google Forms, sendo o mesmo composto por 35
perguntas de múltipla escolha abrangendo três tópicos: sociodemográfico, transmissão de
arboviroses e consumo de inseticidas domésticos. No total, foi obtido uma abrangência
de 444 informantes de 40 cidades do estado da Paraíba. Conforme os resultados obtidos
foi observado que não houve uma diferença significativa (P = 0,8150) entre a renda
mensal e a média de compra de inseticidas, contudo há uma diferença significativa (P =
P = 0,0268) entre a frequência das visitas pela vigilância epidemiológica e a média anual
de compra de 5,37 para as residências que receberam visitas e 4,28 para as que não foram
visitadas pelos agentes de endemias. Outros fatores também foram associados a compra
exacerbada de inseticidas domésticos, um deles foi o armazenamento de água em relação
ao uso de inseticidas e repelentes. Onde havia o armazenamento, cerca de 62% da
população relataram fazer o uso de inseticidas e/ou repelentes, já para aqueles que não
fazem o armazenamento apenas 50% fazem o uso destes produtos. A presença de terrenos
baldios e casas abandonadas são fatores de risco que influenciam na frequência de compra
desses produtos há mais de cinco anos pelos informantes, tendo o preço e marca do
produto como fatores decisivos. Destes o tipo aerossol é o mais utilizado, seguro e eficaz
contra picadas de mosquitos. Entretanto, para aqueles que não utilizam nenhum tipo de
inseticida e/ou repelente a principal motivação foi referente ao risco de utilização. Assim
foi identificado que diversos fatores têm impacto na decisão e necessidade de aquisição
dos inseticidas domésticos para a proteção e controle de adultos por parte dos
informantes. Consequentemente, esse uso indiscriminado de inseticidas tem imposto uma
pressão de seleção adicional as intervenções de controle utilizados pelos órgãos de saúde
pública e ao uso doméstico, podendo assim agir como uma pressão de seleção adicional
na evolução da resistência metabólica do vetor. |
pt_BR |