Suicídio em perspectiva: Um estudo epidemiológico e descritivo

Abstract

O suicídio representa um comportamento extremamente autodestrutivo e complexo, de caráter multifatorial e simboliza um sério problema de saúde pública. Tornou-se um fenômeno presente no cotidiano, com índices cada vez mais crescentes. O Brasil encontra-se entre os dez países em número absoluto de autoextermínio e a Região Nordeste apresenta-se com o maior crescimento percentual, entre outras Regiões. Nesse sentido, esta investigação surgiu da importância e necessidade de aprofundar melhor esses dados no Estado da Paraíba, tendo como objetivo descrever o perfil dos indivíduos que cometeram suicídio num estado do Nordeste na série histórica que compreende os anos de 2013 a 2017. Quanto ao delineamento metodológico, trata-se de uma investigação com abordagem quantitativa, descritiva, exploratória e retrospectiva. Estudou-se a epidemiologia do suicídio com base nos dados referentes à mortalidade, coletados a partir do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM). Os resultados mostraram que as taxas de suicídio não são lineares, com predominância expressiva do gênero masculino. João Pessoa e Campina Grande foram as cidades com maior número de ocorrências. Indivíduos entre 30 e 39 anos de idade se sobressaíram as demais faixas etárias. Os solteiros apresentam predisposição acima dos outros estados civis, além do domicílio ter sido escolhido pela maioria dos suicidas como local para atentar contra sua própria vida e o enforcamento foi o método mais utilizado. Diante da análise crítica dos resultados, salienta-se a necessidade de novas pesquisas para o aprofundamento do fenômeno, visto que poderão subvencionar avanços na rede de saúde, formação e assistência de profissionais em saúde, bem como a necessidade de capacitações com profissionais médicos, afim de não haver subnotificação de dados acerca das lesões autoprovocadas intencionalmente nas declarações de óbito.