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O uso de plantas para fins medicinais é uma tradição que vem acompanhando o homem desde a antiguidade, o conhecimento empírico do manuseio com a flora ultrapassa gerações e vem crescendo com o decorrer do tempo. O Brasil é um país favorecido, pois possui uma rica flora propiciando uma ampla variedade de recursos vegetais que consequentemente poderiam auxiliar na medicina tradicional. Apesar de possuir essas vantagens, atualmente, o conhecimento sobre as plantas medicinais ainda deixa a desejar se comparado com a diversidade de espécies que existem no solo brasileiro. Fatores como a mobilidade urbana e a modernização intervêm diretamente nesse resultado. O foco maior da utilização dos vegetais acontece principalmente em zonas rurais. Elementos sociais e econômicos contribuem para esse desfecho, pois o baixo custo, a falta se acesso a hospitais próximos e a cultura popular acabam proporcionado um uso maior da flora como medicamento nesses locais. Diante desse fato, o presente estudo tem como finalidade realizar um levantamento etnobotânico, com o foco no saber popular entre comunidades sitieiras. Para a realização desta pesquisa foram entrevistadas 8 famílias habitantes do Loteamento Luna e Sitio Floresta, ambas pertencentes a zona rural no município de Queimadas pertencente ao estado da Paraíba. Através de um questionário estruturado e semiestruturado enviado de forma online foi realizado as entrevistas. Os resultados evidenciaram a prevalência de 24 etnoespécies com propriedades medicinais sendo as mais populares entre as comunidades Lippia alba (Mill.) N. E. BR. (erva cidreira) e Cymbopogon citratus (DC) Stapf. (capim santo). Nas formulações terapêuticas as folhas são as partes mais utilizadas (44%), principalmente na forma de chás (31%). A maioria dos atores sociais (87,5%) cultivam plantas medicinais em seus quintais, tais métodos influenciam a terapia vegetal para sanar ou tratar enfermidades pois em torno de 62,5% das pessoas entrevistadas fazem uso das ervas medicinais diariamente. As mulheres (87,5%) e os mais idosos (50%) detêm maior conhecimento fitoterápico, são também as pessoas que mais transmitem os saberes tradicionais as gerações futuras. A maior fonte de divulgação desses aprendizados é através de familiares, principalmente das mães (42%) aos seus filhos, possuindo papel importante, pois dessa forma contribuem para manter e perpetuar o legado da medicina popular. |
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