Resumo:
A incidência das prescrições religiosas podem ser positivas ou negativas para as subjetividades e grupos. Os Skoptsy surgem em meados do século XVIII com práticas de automutilação de órgãos genitais a fim de obter a santificação. Para apartar-se de corpos que incitavam o pecado, estabeleceu-se como imprescindível o ritual de extirpação anatômica. Assim, o presente estudo bibliográfico de natureza qualitativa descritiva buscou analisar os discursos estabelecidos por autores e suas respectivas produções quando se referem à seita russa. Para isso, realizou-se um levantamento nas bases de dados Scielo, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e CAPES, através do descritor “Skoptsy”, resultando na recuperação de quatro produções, sendo dois artigos, uma dissertação de mestrado e uma tese de doutorado. Não foram utilizados filtros como temporalidade e idioma em portugês em função da escassez de produções. A apuração dos materiais partir da Análise de Conteúdo Temática de Bardin originou a criação de categorias, a fim de sistematizar os resultados, a primeira discorre sobre a sexualidade e os Skoptsy: prática de pederastia, seguido pelas punições legais para as práticas de automutilação e a relação entre os Skoptsy e a transsexualidade sendo desmembrado em transexualidade e redesignação de sexo e a transexualidade entre psicanálise e teoria feminista. Percebe-se, por fim, que o extremismo religioso desencadeia a desorganização do sujeito ao ponto de estimular amputações como solução e garantia da eternidade em um lugar celeste, como foi para os Skoptsy.
Descrição:
SILVA, Camila Victória Pereira da. A seita russa Skoptsy, o discurso religioso e as práticas de automutilação. 2021. 27f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2021.