Resumo:
O presente trabalho traz uma abordagem relacional entre a literatura cyberpunk e a ciência
geográfica, mais especificamente sobre a categoria espaço e suas transformações pelos
agentes sociais, na forma como são tratados na ficção e sua referida associação ao mundo real,
particularmente a partir da emergência de um Meio técnico-científico-informacional e
consequente globalização econômica pelos atores hegemônicos que conduzem tal processo.
Para nos situarmos na discussão é preciso entender o que ocorre a nível mundial com o fim da
segunda guerra mundial quando o mundo passou por inúmeras transformações
socioeconômicas e socioespaciais, quando o investimento no setor tecnológico passou a ser o
motor dessas mudanças; como resultado o mundo reestruturou-se passando a ser guiado pela
ciência, tecnologia e informação, surgindo assim o meio técnico-cientifico-informacional, que
teve sua propagação em escala global durante as décadas de 1970-1980. Concomitantemente a
esses processos espaciais, verifica-se dentro do âmbito literário o nascimento do cyberpunk,
como uma resposta para essas transformações na pós-modernidade. Sendo uma crítica aos
modelos estabelecidos pela globalização, principalmente após a chegada do meio técnicocientífico, o cyberpunk a sua maneira abriu portas para debates sociais a respeito da
onipresença tecnológica na sociedade, a privatização do Estado e a crescente onda de
marginalização que se estabelece com a chegada dos atores hegemônicos no poder. Neste
estudo embarcamos em uma análise de cunho teórico sobre a verossimilhança entre o meio
técnico-científico-informacional e o cyberpunk, e como que conceitos de áreas tão distintas
dão destaque para a criação de uma sociedade pobre e marginal.
Descrição:
SERAFIM, R. R. A Sociedade marginalizada e o meio técnico-científico-informacional nas obras
cyberpunks: fantasmas do futuro. 2021. 52f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geografia).- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2021.