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O presente ensaio visa compreender os desdobramentos do humor moderno a partir do conceito
de sentido no humor advindo da logoterapia de Frankl (2011; 2016). Para esse autor, o humor
se mostraria uma atitude perante a vida que permite que o homem crie distanciamento de
qualquer condicionante, inclusive trágico, que lhe seja imposto, ocorrendo, na vivência da
comicidade, uma importante manifestação da sua pessoal espiritual. O cômico, fenômeno
eminentemente cultural, condicionado pelo contexto histórico e movido pelo desejo de ironia e
sátira, apresenta-se, porém, na modernidade, destituído desse caráter de crítica social, tal como
apontam Bauman (2008), Hall (2006) e Frankl (2016: 2017). Tendo isso em vista, Lipovestky
(2005) infere que a função social do humor não mais é vinculada à forma com a qual
historicamente fora utilizado, tendo assumido um caráter neoniilista no qual um profundo
estado de indiferença faz com que o humor se direcione a tudo e a todos de forma a reiterar
concepções de mundo que perdem de vista o caráter transcendente da consciência, ao promover
um fechamento em torno das próprias visões de mundo e tornando o impacto do humor no
encontro existencial permeado por ideologias. |
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