Resumo:
A identificação forense de amostras post mortem de vítimas de desastres é
necessária por razões não apenas humanitárias, mas também devido à
investigação civil e/ou criminal, sendo essencialmente baseada na antropologia
forense, impressões digitais, odontologia forense, radiologia e tipagem de DNA.
Contudo, a análise utilizando o DNA se tornou o padrão ouro para a identificação de
pessoas tanto em incidentes com vítimas em massa quanto em casos forenses em
que restos mortais são altamente fragmentados e/ou degradados. No entanto, em
cenários de desastres em massa, um grande número de restos mortais ficará
extremamente comprometido. Com isso, os avanços na tecnologia e no campo da
biologia forense têm aumentado as opções de coleta, amostragem, preservação e
processamento de amostras para perfis de DNA. O presente trabalho reuniu as
principais metodologias forenses descritas atualmente na literatura utilizadas na
identificação genética de amostras post mortem de vítimas de desastres. O estudo
foi desenvolvido por meio de uma revisão sistemática da literatura científica, onde
foram selecionados 34 artigos através da plataforma de bases de dados PUBMED
do National Center for Biotechnology Information (NCBI), selecionando artigos dos
últimos 5 anos. A busca foi feita, por meio da combinação dos seguintes descritores:
DNA, Human identification, Disaster. Com base nestes artigos foram encontradas
metodologias de extração para amostras de ossos, swab bucal, músculo, dentes,
sangue, fígado, medula óssea, cartilagem e cérebro, havendo artigos que utilizaram
mais de um tipo de amostra. Os fragmentos de ossos foram identificados como a
amostra mais utilizada na extração de DNA de vítimas de desastres, evidenciando o
fato que os tecidos rígidos constituem boas fontes de amostras biológicas para as
análises moleculares pela conservação de suas estruturas durante o período post
mortem. Entretanto, as amostras de ossos possuem vários requisitos que o tornam
desafiador em desastres em massa, o que acaba tornando um método caro e
demorado. Portanto, concluímos que dentre os artigos analisados, que descrevem
as metodologias que utilizam a transferência de amostras coletadas com swabs para
cartões FTA e o sistema de DNA rápido para amostras de sangue, swab bucal e
músculo, apresentam uma alternativa para reduzir custos, tempo e simplificar o
procedimento, demonstrando inúmeras vantagens em relação às metodologias
atuais e evidenciando a necessidade de atualização contínuas das metodologias
utilizada no intuito de aprimorar os processos e métodos utilizados na análise
forense.
Descrição:
RODRIGUES, Júlia Evelyn de Sousa. Metodologias forenses atuais utilizadas na identificação genética de amostras post mortem de vítimas de desastres: uma revisão bibliográfica. 2021. 24f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2022.