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As identidades nacionais são um aspecto bastante particular de cada sociedade, configurando-se como uma categoria rica de estudo por abarcar as representações sociais que uma comunidade tem de si mesma, como um grupo, e o modo como ela compreende e se relaciona com o mundo. Em função de sua natureza social e de sua complexidade, o estudo das identidades envolve uma discussão interdisciplinar sobre questões como cultura e relações de poder, de modo que a psicologia social tem muito a contribuir. Considerando a compreensão das identidades nacionais como atos linguísticos baseados na delimitação proporcionada pela diferenciação entre o “eu” e o “outro”, além de ser constituída por produções culturais que promovem a integração social, as relações de poder baseadas, principalmente, em símbolos e discursos fazem parte da dinâmica desse processo identitário. Concomitantemente a isso, tem-se a noção de um poder sutil exercido pela habilidade de influenciar o comportamento de outros países para obter os resultados desejados por meio da persuasão e da atração. Esse poder, chamado soft power, encontrou na instrumentalização da cultura uma maneira viável de difundir determinados valores e práticas que têm significado para aquela sociedade e torná-los atrativos e influentes para outras. Baseando-se na ideia de que as produções culturais refletem o modo como as comunidades compreendem o mundo, torna-se importante a discussão sobre a instrumentalização da cultura em função de relações de poder, com base nas repercussões para as identidades nacionais das comunidades envolvidas. Desse modo, este estudo propõe uma reflexão acerca dos possíveis impactos do exercício do soft power nas identidades nacionais e também discute sobre as possibilidades de repercussão desse exercício de poder na integração social e nas representações sociais de um povo em comparação ao estrangeiro. Por último, propõe-se uma reflexão sobre o caso do estrangeirismo, à luz dessas discussões, com o objetivo de aproximar as formulações teóricas à realidade. |
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