Saúde mental de mães e pais de crianças com Transtorno do Espectro Autista no contexto brasileiro: uma revisão sistemática de literatura

Abstract

Estudos em diversos países apontam que pais de crianças autistas têm níveis mais elevados de estresse, ansiedade e depressão, se comparado a pais de crianças típicas. O que aponta para o fato de que ter um filho com Transtorno do Espectro Autista aumenta a probabilidade de ter a saúde mental vulnerabilizada. Portanto, o presente estudo objetivou avaliar sistematicamente a literatura científica brasileira com o propósito de investigar a saúde mental de mães e pais de crianças com Transtorno do Espectro Autista, buscando temas consonantes nos artigos publicados que permitissem a organização e análise de dados. Foram buscadas literaturas publicadas entre 2012 a 2021, nos seguintes portais: Periódicos Capes, SciElo, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Google Acadêmico, através do procedimento de busca com o uso combinado dos descritores: mães, pais, cuidadores, autistas, TEA e autismo. Obteve-se assim, o total de 10 publicações que se enquadraram nos critérios de inclusão para a análise. A partir da análise, observou-se que apesar da pesquisa incluir estudos dos últimos 10 anos, 90% dos estudos foram publicados nos últimos 5 anos e 80% nos últimos 3 anos. Em relação às amostras das pesquisas, apenas 20% contaram com a presença de pais de crianças com TEA, e dentro dessas amostras em que os pais estão presentes não passaram de 20% da amostra. Os resultados relacionados à saúde mental de maior consonância, elencados em categorias temáticas foram: Diagnóstico; Preocupação com o futuro e/ou independência do filho; Estresse, ansiedade, depressão e sentimentos relacionados; Rede de apoio; e Cuidados com as mães. O conhecimento gerado pela presente pesquisa constitui um recorte capaz de contribuir para um melhor entendimento das variáveis acerca da saúde mental de mães e pais de crianças com TEA no contexto brasileiro, mas também aponta para a necessidade de estudos mais profundos na área e que considerem a variável comunidade como uma promotora dessa vulnerabilidade psicológica relatada nos estudos.