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Sabe-se que, por muito tempo, a mulher foi impedida de escrever e se expressar livremente, e quem tentava burlar essas normas sofria sérias represálias. Entretanto, sempre houve aquelas que se insurgiram contra as coerções sociais, culturais e morais de determinada época, como é o caso de muitas escritoras. Considerando-se esse contexto, o presente trabalho tem por objetivo refletir sobre a escrita de autoria feminina na época da Reforma Protestante a partir dos escritos de Margarida de Navarra (1553–1615) e sobre a representação da mulher em suas narrativas. Para tanto, analisaremos as seguintes Novelas da obra Heptameron (1560) “O clérigo incestuoso”, “O marido caolho” e “Os franciscanos”. Nosso objetivo é observar como a mulher é representada nessas narrativas a partir das temáticas do adultério, da violência e da igualdade de gênero. Como embasamento teórico, recorremos às considerações de Almeida (2010) e Viñes (1973) sobre a vida e obra de Margarida de Navarra. Para discussão em torno da escrita de autoria feminina, valemo-nos de Brochado (2011), Zolin (2010), Ramalho (1999), Navarro (1995), Schmidt (1995), Mendonça (1999), Silva (2013). Por último, Delumeau (1989) e Alderi (2011) nos deram subsídio para compreendermos a condição da mulher no contexto do Renascimento e da Reforma Protestante. A análise mostrou que Margarida de Navarra contribuiu para uma ruptura na história da escrita das mulheres, a partir das temáticas trabalhadas em suas novelas, assim como possibilitou uma posição ativa na obra de suas personagens mulheres. |
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