A territorialização da indústria pernambucana de confecções no distrito de Lagoa do Jucá, em Alcantil-PB: o papel das facções de costura na produção socioespacial local

Abstract

A indústria de confecção, assim como outros segmentos industriais, tem adotado nas últimas décadas estratégias que convergem para o modelo flexível de produção, característico da atual fase do desenvolvimento capitalista. É nesta direção que a redefinição espacial das cadeias produtivas é acionada para baratear custos de produção a partir da terceirização de etapas que passam a ser realizadas por facções, isto é, por empresas externas que subordinadas às confecções passam a realizar funções como corte, costura e acabamento das peças que antes eram produzidas exclusivamente pelas confecções. Com essa forma de atuação, o desempenho da indústria de confecção se torna ainda mais interessante do ponto de vista geográfico, pois mais do que nunca passa a articular o espaço como escala de circulação do capital e os territórios como instâncias onde o poder se potencializa e confere vantagens locacionais as empresas. Imerso a essa dinâmica, o distrito de Lagoa do Jucá se torna palco da territorialização das indústrias de confecções de Pernambuco, processo que passa a impactar a dinâmica socioespacial local. Diante disso, no presente trabalho buscou-se compreender os contextos da territorialização da indústria de confecções pernambucana no distrito de Lagoa do Jucá, em Alcantil- PB, e os seus desdobramentos na produção socioespacial local. Para atingir esse objetivo, a metodologia de pesquisa adotada pautou-se na abordagem qualiquantitativa e no método dialético. Para a coleta de informações realizamos pesquisas bibliográficas e de campo. Os resultados alcançados demostram um papel relevante exercido pelas facções de costura no espaço pesquisado, tendo sido constatado uma relação direta entre estes empreendimentos e a dinamização dos demais setores econômicos locais, o que se desdobrou em mudanças qualitativas sociais e espaciais.