A gramática sob a ótica do ensino: um estudo da análise linguística em livros didáticos de acordo com o panorama do novo ensino médio

Abstract

O ensino de análise linguística perpassa diversos fatores, os quais podem segregar de forma direta e/ou indireta os sujeitos, o que corrobora com as práticas e os materiais de apoio, como livros didáticos, descontextualizados adotados por uma parcela dos docentes de língua portuguesa do sistema educacional básico brasileiro. O conhecimento na área supradita faz-se necessário, visto os benefícios na construção dos conhecimentos linguísticos trazidos pela associação dos elementos internos e externos à língua que ultrapassa a concepção de uma gramática estática e imanente. Desse modo, o presente trabalho tem como objetivo investigar como os livros didáticos de língua portuguesa abordam a análise sintática dentro do contexto do Novo Ensino Médio. A pesquisa é justificada pelas mudanças propostas nos documentos normativos como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que modificaram a organização curricular/metodológica dos conteúdos de língua portuguesa. O estudo é de cunho qualitativo e utilizou-se como aporte teórico autores como: Antunes (2003,2014); Martelotta (2011); Neves (2020,2021); Possenti (2012); Travaglia (2009). O corpus é composto por três (3) livros didáticos distribuídos para a nova conjuntura do Novo Ensino Médio. A análise foi galgada em pontos distintos, que fizeram uso de indagações pertinentes para uma exploração integral dos materiais, tais como: sob quais perspectivas os livros didáticos expõem a sintaxe; como os estudos linguísticos são explorados; como os materiais promovem a reflexão sobre a utilização sintática contextual. A partir das análises realizadas, concluiu-se que, apesar de reformulação didático-metodológica apresentada pelos documentos normativos não foi possível observar uma modificação eficaz quanto ao ensino de sintaxe, visto que os materiais investigados ainda fazem uso de metodologias normatizadoras da língua, que causam uma reprodução de metodologias de cunho tradicional, sendo ofertado aos discentes um ensino, por muita das vezes, incongruente.