Ensino remoto emergencial na perspectiva de formação de futuros profissionais do curso de Ciências Biológicas

Abstract

O SARS-CoV-2, também conhecido como o novo coronavírus ou Doença do Coronavírus 2019 (COVID-19) foi identificado pela primeira vez em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, na Província de Hubei, na China. Esse vírus foi o grande causador da pandemia que afetou o mundo inteiro em diversos setores devido não só a sua velocidade de contaminação, mas também a propagação dessa doença em nível exponencial. Na esfera educacional, que é a que nos interessa neste trabalho, observamos que o Sistema Educacional foi um dos setores mais afetados não só no Brasil, mas também em vários países do mundo devido a suspensão das atividades pedagógicas presenciais. Para não prejudicar os estudantes em sua formação, os órgãos responsáveis e as instituições de Educação de todo o país decidiram dar continuidade ao semestre por meio da realização de atividades remotas emergenciais. Diante disso, este trabalho tem como objetivo refletir sobre a percepção de estudantes do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), a partir da experiência do ensino remoto emergencial (ERE) dos graduandos. Devido a este trabalho, será possível refletir sobre os impactos que o ERE provocou nos processos de aprendizagem dos graduandos do curso de Biologia. Para o desenvolvimento do trabalho, optou-se por uma abordagem de investigação qualitativa. O levantamento dos dados foi realizado por meio da aplicação de um questionário on-line semiestruturado a 40 estudantes matriculados do curso de Ciências Biológicas. De acordo com os dados obtidos neste estudo por meio da análise das falas dos 34 (85%) participantes, é perceptível notar que o corpo docente está tentando se adaptar ao “novo normal” por meio da aplicação de novas práticas pedagógicas nas aulas do ensino remoto. Entretanto, as estratégias de ensino utilizadas nas aulas síncronas pelos docentes dependem da disciplina ministrada. Diante disso, 19 graduandos afirmaram que apesar das dificuldades os professores (as) estão conseguindo suprir a ausência de aulas práticas por meio da utilização de outras metodologias. Contudo, 14 estudantes mencionaram que, infelizmente, os docentes não estão conseguindo substituir essas aulas práticas. Os participantes dessa pesquisa relataram uma série de pontos negativos e positivos que eles (as) enfrentam desde a mudança das aulas presenciais para o ERE. Nesse contexto, cerca de 21 (53%) estudantes mencionaram que tiveram uma experiência negativa com essa nova modalidade de ensino, 9 (22%) relataram que o ERE está sendo uma experiência positiva para a sua formação, 8 (20%) mencionaram que a experiência tem sido relativa devido aos aspectos positivos e negativos, por fim, 2 (5%) estudantes tiveram posicionamento neutro em relação a essa experiência. A pandemia da COVID-19 demonstrou não só as fragilidades do sistema educacional, mas também a necessidade de uma transformação na formação docente.