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A adolescência, enquanto uma construção social, corresponde a um significante dado pelo Outro para nomear o período da puberdade, marcado pela transição de um sujeito infantil para um sujeito adulto. Nessa fase, o jovem vivencia inúmeras transformações de ordem tanto biológica, quanto psicológica, em meio aos diversos discursos que o atravessam. O aumento no número de casos de violência autoinfligida em adolescentes, devido ao atual período de isolamento social, suscita a necessidade de abordar a temática da automutilação. Principalmente por se tratar de um período tão crucial e singular no processo de constituição de cada sujeito. Este artigo, toma por base a psicanálise de orientação Freud-lacaniana, bem como autores contemporâneos do campo psicanalítico. Por meio deste estudo, visa-se promover um diálogo entre a psicanálise e os aspectos que permeiam a automutilação em adolescentes, mais especificamente a prática do cutting. A partir deste estudo, observou-se que a prática dos cortes sobre a pele, sobretudo, tem a função de solução singular àquilo que não é colocado em palavras, caracterizando uma escrita inscrita no corpo do adolescente. Dessa forma, apontou para as alternativas, singulares, construídas a partir do uso da palavra, que possibilitem ao jovem amarrações simbólicas, que favoreçam o uso e preservação do corpo, desvinculando-o da adoção de práticas autolesivas. Estima-se que novos estudos e pesquisas deem continuidade à discussão levantada neste trabalho. |
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