Resumo:
A ocorrência de florações de cianobactérias em reservatórios superficiais e a consequente liberação de cianotoxinas na água tem se tornado cada vez mais comum, portanto, o objetivo deste estudo foi investigar a bioacumulação de microcistinas, cilindrospermopsinas e saxitoxinas em culturas de hortaliças folhosas (alface, coentro, couve, espinafre, rúcula e salsa) irrigadas com águas provenientes do reservatório Epitácio Pessoa, localizado em Boqueirão-PB. A pesquisa foi realizada nas seguintes etapas: (i) coleta de amostras de águas de irrigação e hortaliças na propriedade; (ii) análises em laboratório para avaliação da qualidade das águas em termos de parâmetros físico-químicos, incluindo a determinação das concentrações de cianotoxinas na água e nos tecidos dos vegetais estudados. A quantificação de cianotoxinas se deu pelo método imunoenzimático ELISA. A partir dos resultados obtidos verificou-se que, de forma geral, as águas do manancial são caracterizadas como eutróficas a partir do Indíce de Estado Trófico obtendo o valor de 62,63. Calculando-se o consumo diário estimado, foram obtidos valores abaixo dos limites determinados para cada cianotoxina, sendo o maior deles de 5,22E-3 µg.kg-1 para o coentro em relação a microcistina. A OMS recomenda que a ingestão diária total da MC-LR não ultrapasse 0,04 µg.kg-1. Apesar disso, constatou-se que, mesmo baixas concentrações são suficientes para bioacumulação de cianotoxinas nos tecidos vegetais. A microcistina demonstrou possuir maior potencial de bioacumulação.
Descrição:
COSTA, Amanda Myrna de Meneses e. Bioacumulação de cianotoxinas em hortaliças folhosas irrigadas com águas de um reservatório eutrofizado do semiárido brasileiro. 2022. 19f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2022.